Cientes das condições sócio econômicas do Brasil de 2022; Cientes da necessidade da valoração do que é público no Brasil de 2022; Cientes da urgência de equipamentos de cultura no Brasil de 2022; Cientes da responsabilidade frente ao patrimônio público no Brasil de 2022; Cientes de pertencermos a esta sociedade no sul do Brasil de 2022, estabelecemos algumas premissas inegociáveis para este projeto, a saber: o uso de recursos HUMANOS e MATERIAIS acessíveis do lugar, com ênfase nas técnicas construtivas da cultura local; A questão ECONÔMICA pautando definições de partido e mirando a EXEQUIBILIDADE real da proposta; e a questão ECOLÓGICA com atenção às recomendações da ONU Habitat expressas na agenda 2030. Os novos volumes estão postos de forma silenciosa, como um pano de fundo que evidencia o protagonismo do patrimônio histórico. São volumes simples, racionais, despojados, antíteses de uma arquitetura espetacular e que visam a execução factível do complexo por meio de técnicas construtivas e materiais simples, identificados com o lugar.
REVELAR: tirar o véu (a); deixar(-se) ver; mostrar(-se), manifestar(-se).
Remover as edificações existentes deixando livre o patrimônio histórico. Limpar, tirar o véu das sucessivas camadas de reboco e forro, revelando o grão assentado “à mão” e as técnicas construtivas do início do século XX. Revelar os aspectos da identidade cultural do objeto e do grupo social em questão. Colocar em um primeiro plano a capacidade de identificação e apropriação por parte do grupo social usuário, protagonista em qualquer operação a ser empreendida no objeto.
Tornar claro o patrimônio cingindo-o de vida social. Nenhuma construção nova deve tocar mais a edificação histórica: circundá-la com um passeio público, como um respiro. Dar ao usuário, a possibilidade de percorrer e contemplar o objeto em todas as suas visuais, evidenciando o patrimônio arquitetônico e urbano como valor cultural não consumível, mas produtivo: produtivo de novas ideias, tanto quanto de melhores espaços de vida.
Atender rigorosamente o programa proposto no termo de referência por meio de uma tipologia funcional com atitude assumida de revelar o patrimônio histórico. Cada parte do conjunto deve funcionar de maneira independente e estabelecer conexões diretas com as relações sociais que ocorrem no meio. (Re)Criar um espaço icônico para cidade que facilite a vida social e consolide as qualidades de identificação do lugar.
Estabelecer conexões entre o novo e o patrimônio histórico através da forma silente, gabarito, alinhamentos, alturas, recuos, afastamentos, proporções. Conectar as partes entre si através de passarelas que permitem acessos a todo complexo. Estimular a ocupação urbana por meio de um percurso interno que integra as avenidas Beira Rio, Flores da Cunha, a praça do ecoturismo. Conectar o auditório com a área urbana por meio de palco inverso que estimula o uso público do conjunto e devolve a conexão do espaço icônico com o rio.